quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Equilíbrio é uma coisa, incompetência é outra

Em 2009, nunca se viu um campeonato brasileiro tão equilibrado. Lembro-me, como se fosse hoje, de ter visto cinco times com chances de título. Flamengo, Internacional, Cruzeiro, São Paulo e Palmeiras eram os candidatos ao caneco. E no fim, o rubro-negro carioca sagrou-se campeão depois de vencer o Grêmio por 2x1 em partida emocionante.

Se você não lembra caro leitor, o flamenguista sim, tem boas lembranças daquele jogo e de como o Flamengo levou o título. Primeiramente, conseguiu uma arrancada fenomenal nas últimas rodadas da competição. Guardem isso: conseguiu uma ARRANCADA. E contou também com o tropeço dos concorrentes diretos. E com méritos, competências e muitas sortes, conseguiu o lugar mais alto.

Pois bem, aqui estou – ou estamos – em 2010. Matematicamente, até o Vasco tem chances de sagrar-se campeão. Põe matematicamente nisso! Se usarmos o bom senso, do Fluminense, com 54 pontos, até o Atlético-PR, com 47, todos possuem chances de sagrar-se campeão nesse ano. Ou seja, oito times com reais chances de levantar o troféu.

Mas ocorre algo estranho ou no mínimo diferente nessa competição. Alguém está arrancando na reta final? Se bem me lembro – e espero que minha memória não me traia –, o Cruzeiro foi o último a conseguir uma arrancada e a subida durou até a rodada 30. O Fluminense já arrancou e estagnou. Porém algo também me é estranho no tricolor: está a cinco jogos sem vencer e é líder. Pois é: líder!

O Corinthians arrancou junto com o Fluminense. Mas caiu de rendimento antes. E apesar das chances reais de título, sofre com as seqüelas da crise com a torcida. O Botafogo também engatou a quinta marcha no meio do campeonato, mas parou também e hoje corre por fora na conquista do título.

Será que esse campeonato está sendo equilibrado mesmo? Ou ninguém está sendo competente o bastante para vencer? As equipes candidatas ao título conseguem tirar pontos dos concorrentes diretos, mas logo depois perdem para outros tantos.

Pode-se perceber claramente nessa edição uma grande irregularidade entre os candidatos ao primeiro lugar, ao contrário do ano passado no qual o Flamengo se sagrou campeão. Foi equilibrado, foi emocionante. Times tropeçaram e se distanciaram também. Alguns perderam fôlego. E um arrancou: o Flamengo

Mas e esse ano? O Campeonato está equilibrado, emocionante, com tropeços e distanciamentos. Mas quem está arrancando? Essa é a questão central. Quem na reta final parece mostrar fôlego para subir até o ponto mais alto? Ou aparece logo um time com postura de vencedor ou o jeito é entregar o troféu à CBF com os dizeres: “No campeonato mais equilibrado do mundo, ninguém deve ser o campeão”.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CINCO ASPIRANTES AO TÍTULO

No começo do Campeonato Brasileiro, Fluminense e Corinthians dividiam a liderança de forma isolada e competente. Mas os tropeços não tardaram a acontecer e ambos caíram na tabela. Alguns torcedores podem alegar os deslizes à grande quantidade de contusões. Mas tudo não passa de logro, pois os outros três times que entraram na disputa pelo título também sofreram com ausências importantes.

E quem são os tais três times na qual tanto falo? Pois estes são Cruzeiro, Santos e Internacional. Times que aproveitaram as oportunidades e se igualaram ao tricolor carioca e ao Timão.

Faltando nove rodadas para o fim da maior competição nacional, darei a cara à tapa e direi as chances desses cinco times aspirantes ao título brasileiro. Mas vale alertar: às vezes o primeiro pode não ser o real favorito, ou o último ter mais chances que o terceiro, e por ai vai... Parece loucura? Pois não é!

O primeiro da lista, e primeiro colocado, é o Cruzeiro com 54 pontos. Segundo a matemática do futebol, este tem 54% de chances de ser campeão. E coincidentemente atribui ao time de Cuca o maior favoritismo. A Raposa começou a crescer no momento em que os líderes se desgastavam com a quantidade de jogos. Mas o Cruzeiro também não se desgastou? Pois é! Mas a condição física fez a diferença nesse momento. E faltando só 27 pontos em disputa, o time mineiro engatou a quinta marcha e vive o melhor momento, tanto fisicamente como psicologicamente.

O segundo aspirante ao título é o Fluminense, 52 pontos, com 29% de chances de levar o caneco. Apesar dos tropeços nas últimas três rodadas, na qual empatou uma e perdeu duas – sendo uma derrota para o concorrente direto Cruzeiro –, o time de Muricy vem mostrando a força do elenco. De todos os cinco, o Fluminense tem o melhor elenco. E provou isso com a perda de grandes jogadores como Fred, Diguinho, Diogo, Emerson e Fernando Henrique durante pelo menos seis rodadas do campeonato. E vale ressaltar: são cinco titulares absolutos. Por isso atribuo ao tricolor carioca o vice-favoritismo na competição.

O terceiro concorrente é o Internacional, quinto colocado com 47 pontos. O leitor pode achar isso uma incoerência. Mas argumentarei o porquê. Depois do Fluminense, o Internacional tem o melhor elenco da competição. Provou isso enquanto disputava a Libertadores com o time titular e o Brasileirão com o time reserva. E mesmo assim ocupava posições cumeeiras da competição a todo o tempo. O grande problema, nesse caso, é o relaxamento por conta do título da Libertadores, afinal, o colorado já tem a vaga para o ano que vem. E ai, vai relaxar? Pelo visto parece que não. E com um elenco forte, tem todas as chances de dar bastante trabalho nessa reta final de campeonato – apesar de estar a sete pontos do líder Cruzeiro. Abram o olho para o time gaúcho!

O quarto concorrente é o Corinthians com 49 pontos. Apesar de estar sem técnico, sem futebol e com a torcida no pé, ainda possui chances pela campanha que fez e pelo bom time que possui. E por toda essa crise existencial na qual o Corinthians passa foi que coloquei o Internacional como favorito à sua frente. Até porque o técnico novo precisará de tempo para reorganizar o elenco e colocá-lo novamente nos trilhos. E tempo é algo que os aspirantes ao título não tem. É vencer, vencer e vencer...

O último favorito e quarto colocado na competição é o Santos (48 pontos) do interino – ou já efetivado? – Marcelo Marttelote. Atribuo a última posição no favoritismo por não ter um elenco tão vistoso, apesar de possuir um bom time. E mesmo com esse bom time, não é melhor do que os outros quatro. É limitado e, individualmente, só um ou dois jogadores poderão fazer a diferença na reta final. Esse Santos não é mais aquele do começo do ano. Ta longe disso...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Brincar de ser líder é bom...

O Campeonato Brasileiro desse ano está com uma peculiaridade: essencialmente, Fluminense e Corinthians sempre dividem a liderança da competição. Como se fosse um pacto. Nessa semana um é líder, na próxima é o outro, e por ai vai... Parece uma brincadeira de mau gosto – ou bom gosto, como acharem melhor. E nesse troca-troca de liderança, times como Cruzeiro, Internacional, Atlético-PR, Botafogo e Santos vão surgindo como outros possíveis candidatos ao título. Mas as chances caem na mesma ordem da lista.

Brincadeiras a parte, o tricolor e o alvinegro têm índices de regularidade altíssimos. Nenhuma das duas equipes ficou mais de quatro partidas sem sentir o gosto da vitória. O Fluminense já conseguiu dois empates e uma derrota, assim como o Corinthians. Uma explicação para isso? Pode ser o fato de terem os maiores elencos da competição.

O atual líder, Fluminense, surpreendeu a todos e não sofreu uma queda vertiginosa com a ausência de Fred, Emerson, Diguinho, Diogo e Carlinhos nas rodadas passadas. Tudo bem que algumas oscilações ocorreram e causaram a perda da liderança, coisa que o Flu já tratou de recuperar.

Do lado alvinegro, a condição física e o psicológico é que faz a diferença. O time corre o jogo inteiro e toca a bola com uma calma característica dessa equipe. Uma marca adotada por Mano Menezes e reforçada pelo atual técnico Adilson Batista. E com todo respeito ao atual treinador da seleção brasileira, o novo comandante que o substituiu deu um ‘upgrade’ nessa equipe: uma mobilidade incrível, coisa que não se via no time de Mano. Os volantes invertem as posições e partem para o ataque com a certeza da cobertura de alguém. Bruno César se desdobra no meio campo e chega à frente com certa facilidade. Se com Mano já era bom, com Adílson ficou melhor ainda.

Restando 12 rodadas para o final do Brasileirão, Fluminense e Corinthians, por enquanto, são os maiores merecedores do título. E até brincar de revezar a liderança eles brincam. Resta saber quem se aproveitará dessa brincadeira no dia 5 de dezembro – quando se encerra o campeonato. Ou então se algum time entrará nessa brincadeira também. Brincar de ser líder é bom, mas tem muito time que também leva o Brasileirão a sério.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Corinthians a três passos do título

Tudo bem que o campeonato está muito longe de terminar, mas o time de Adílson Batista tem três partidas importantíssimas para o futuro do Timão no Campeonato Brasileiro. Precisa passar pelo Santos, Internacional e Botafogo. A primeira tarefa já foi cumprida: venceu os meninos da vila por 3x2 em partida fantástica, na qual Elias desequilibrou – mais uma vez – e decidiu o jogo para o alvinegro.

Agora falta o Internacional, neste domingo, no Beira Rio. O Colorado perdeu para o ascendente Atlético-PR na rodada passada, mas ainda é um forte candidato ao título. Tem um belo time e um jogo a menos. A tarefa do Corinthians é complicadíssima, mas se passar sem problemas, dará o segundo passo.

A terceira etapa é o Botafogo carente de Maicosuel. O meio-campista se contundiu e só volta em 2011. Mas notícias boas também empolgam o time carioca: Jobson pode voltar para essa partida e desequilibrar mais uma vez. Vencendo o Botafogo, o time de Elias e cia. darão o último e principal passo para a conquista do Brasileirão.

Pode ser que achem que é exagero meu, e que tem muita coisa para acontecer. Mas, vamos analisar: o Timão bateu o Fluminense e Santos, concorrentes diretos. Se bater também Internacional e Botafogo abrirá três pontos de distância dos dois. Falta ainda o grande Cruzeiro, que vem sendo o principal candidato depois do Corinthians. O jogo é na rodada 35. É decisivo!

Basta fazer os deveres de casa contra seus concorrentes diretos. A começar pelos próximos dois jogos. Com a tarefa cumprida, é manter o foco e não tropeçar com os pequenos – coisa que já aconteceu no turno passado.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Futebol sergipano no inferno dantesco

O futebol sergipano pode ser comparado ao inferno criado pelo italiano Dante Alighieri. O livro “A divina comédia”, dividido em “Inferno”, “Purgatório” e “Paraíso”, foi escrito entre 1304 – 1321 e narra a epopéia imaginada pelo autor e Virgílio, poeta romano clássico que viveu antes de Cristo. Eles passam por situações de superação em um universo catastrófico do Inferno e se deparam com pessoas traidoras, luxuriosas e responsáveis por todas as mazelas do mundo. E com alguns inocentes também. Mas no futebol sergipano, essa história de superação está longe de acontecer.

Com uma temporada péssima, os dois maiores times do Estado, Sergipe e Confiança, ficam à parte das principais competições. O Confiança foi eliminado do Campeonato Brasileiro da Série D, junto com o River Plate - o Sergipe nem participou -, e também deram adeus às chances de classificação no Campeonato do Nordeste. O Mais Querido encontra-se na lanterna e o Dragão, que não cospe fogo algum, está em 12° lugar.

E se na obra de Dante os personagens precisaram ultrapassar nove círculos – etapas do inferno criadas pelo escritor – para sobreviver, os clubes sergipanos também têm nove círculos para vencer.

O primeiro círculo é a falta de oportunidades estruturais para financiar os times do Estado. Sem uma política econômica sólida, empresa alguma terá interesse em estampar seu nome nas camisas dos clubes daqui. Nem Norcon, nem Celi, nem nada.

No segundo ‘andar’ do inferno, existem as destruídas e abandonadas sedes dos clubes que deixam a desejar em suas estruturas. O local de treino do Confiança, por exemplo, dá até pena.
Podemos visualizar no terceiro círculo um incoerente projeto de formação de novos talentos Ou melhor, os times vendam os olhos para os garotos. Muitos jovens estão nas categorias de base do Cruzeiro, por exemplo. Mas e aqui? Cadê?

O quarto círculo serve para algumas pessoas específicas, como Milton Dantas, presidente do Confiança e Carivaldo, presidente da Federação Sergipana de Futebol – FSF. É nesse nível do inferno que, segundo Dante, vivem os pródigos e avarentos, aqueles que são sórdidos ao dinheiro. Não precisa dizer mais nada.

No quinto nível, coloco os torcedores que abandonam os times nas horas mais difíceis. E atribuo ao sexto círculo os torcedores que, apesar de todos os problemas do futebol, teimam em menosprezar os principais times do Estado. Clubes com história e tradição, mas que infelizmente encontram-se nesse estado.

Os pecadores que foram culpados justamente ou injustamente encontram-se no sétimo andar do inferno. Coloco ai jogadores renomados e veteranos que não renderam o suficiente e decepcionaram em suas aparições pelas terras sergipanas. A exemplo de Beto que, com ou sem pecado, não contribuiu em nada com suas atuações. Deu uma de ‘barqueiro’, ou seja, colocou o nome acima da postura profissional. E de jogador barqueiro Sergipe ta cheio. Trocam treinos por baladas e esquecem das responsabilidades. Culpa do jogador? Em grande parte, sim.

É no penúltimo círculo que, segundo Dante, existem os violentos. E por isso insiro alguns torcedores das organizadas do Estado, estes que rebaixam ainda mais o futebol daqui. Enfim, no último circulo estão alguns profissionais da imprensa que criam falsos ídolos e iludem o coração do torcedor apaixonado, além de atribuírem a qualquer jogador o status de salvador da pátria. Carente de ídolos, esses jornalistas criam um falso futebol, com técnicos e jogadores virtuais. Além disso, se vê uma exaltação aos times do Sul e Sudeste do país, como se fossem Deuses que precisam ser idolatrados.

Todo esse desastre pode ter solução? Em tese sim, mas é necessária uma reviravolta muito grande em questões que demandam bastante tempo. É uma reestruturação que precisa de articulações bem definidas por parte do Estado, das empresas privadas e, principalmente, de novos gestores do futebol. Se até Dante Alighieri e o poeta Virgílio, depois de muito sofrimento, superaram as desgraças do Inferno para chegarem ao Paraíso e vislumbrar um final feliz, por que nosso esporte também não superaria? Vamos sair da posição de pior futebol do Nordeste e voltar a uma colocação digna das tradições futebolísticas de Sergipe.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Maracanã: diminuem o seu tamanho, mas não sua grandeza

O fechamento do Estádio Jornalista Mário Filho - o Maracanã - para as reformas que visam a Copa de 2014 é uma coisa certa e coerente por parte da Confederação Brasileira de Futebol - CBF. Nada de jogos enquanto se tem uma reforma. Até aí tudo bem. Mas o que, com certeza, traduz um 'antitradicionalismo' por parte da CBF e da Fifa - Federação Internacional de Futebol - é a redução das dimensões do gramado e do público daquele que já foi e não será mais o maior do mundo. Ou melhor, já não era desde a reforma anterior.

O Maracanã se consolidou desde a sua criação, em 1950, como um estádio de tamanho colossal para atender a grandes públicos e a jogos históricos. Cabia mais de 180 mil torcedores - e até 200 mil, como na final da Copa do Mundo de 1950, contra o Uruguai. Hoje comporta 80 mil e futuramente caberão 76 mil. Não que isso seja pouco, pois não o é. Mas que sofreu uma diminuição de mais de 100% do seu público em 60 anos de história.

Os argumentos para as reduções são os mesmos de sempre, mas nem por isso menos válidos: o melhor conforto. Da geral para as cadeiras, em 2014 o grande estádio terá todas as poltronas numeradas, com rampas para aumentar a facilidade de escoamento dos torcedores no fim das partidas. Segundo a FIFA, o tempo máximo é de 8 minutos. Hoje, isso se dá em média de 20 a 30mim.

Mas, como torcedor, a redução de quatro mil lugares não é algo tão revoltante. O principal é a diminuição do gramado, que era de 110m x 75m, para 105m x 68m. É pouco? Em números parece, mas em comparações não. O gramado do Mário Filho ficará semelhante ao da Vila Belmiro, alçapão santista. E agora? É pequeno ou não é?
No Maracanã, com as dimensões normais, muitos craques já brilharam e muitos e desconcertantes dribles entraram pra história. Uma história que vai sendo ofuscada a cada dia pelas modernidades e exigências desmedidas do futebol.

Nada contra a reforma. Reduzir de 180 mil para 76 mil corações apaixonados gritando por um time não deve diminuir o valor histórico do estádio. O Maracanã continuará sendo grande. Mesmo assim, tchau, Maracanã. E 'bem-vindos' gramados fenomenais, cadeiras confortáveis e público restrito.

Flu retoma o caminho do triunfo

A vitória do Fluminense contra o Ceará marcou a volta daquele time que estava jogando por música no campeonato brasileiro. Na estréia no Engenhão, o Mariano e Washington – duas vezes – marcaram pelo tricolor. Geraldo descontou no finalzinho para consolar o Ceará, que cai de posição a cada rodada.

Muricy armou o time no 3-6-1, dando liberdade aos laterais e principalmente ao argentino Conca, que, ao lado de Deco, jogaram mais próximos de Washington. E deu certo. O time mostrou mobilidade e corroborou uma tese inicial: esse time só rende ao máximo quando atua com três zagueiros. Mariano e Júlio César são alas que, quando utilizados como laterais – num 4-4-2 – não tem tanta liberdade para atacar.

E no fim do jogo Deco diz que o estádio do Botafogo lembra o do Porto-POR, seu primeiro grande time. Deve ter servido de inspiração para sua boa atuação.

Agora é esperar o fechamento da rodada na quinta-feira para ver a situação de um campeonato que se torna cada vez mais emocionante. Fluminense e Corinthians duelam pela liderança. Cruzeiro, Botafogo, Santos e Internacional se estapeiam logo atrás.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O adeus de Rogério

O jogo sem graça e o empate sem gols entre Flamengo e Atlético Mineiro contribuíram para a demissão do técnico Rogério Lourenço. E esse fato não deve ser motivo de tristeza, e sim de alegria. Deixando de lado a competência – ou a falta dela – do ex-técnico, o fato é que o time rubro-negro não rendeu em suas mãos. E por uma série de equívocos e limitações técnicas do próprio time.

Um dos equívocos foi na saída de bola do Flamengo. Willians, maior ‘ladrão’ de bolas do Brasileirão do ano passado, estava – e está – em uma fase não muito boa, apesar de ser o quarto maior no quesito ‘roubadas de bola’ nesta edição do Campeonato. A sua escalação como primeiro volante o limitou taticamente. No ano da conquista rubro-negra, Willians destacava-se pela liberdade para atacar e constante movimentação pela ponta direita.

Na questão da limitação técnica, era evidente a carência de bons atacantes, ou pelo menos razoáveis. O colombiano Cristian Borja não deu conta do recado. Muito menos Vinícius Pacheco, que era escalado – equivocadamente ou por carência no elenco – como atacante. Sua posição é no meio campo, mais precisamente no lugar do sérvio Petkovic.

Equívocos e desastres a parte, o técnico Rogério Lourenço não ‘deu liga’ ao time do Flamengo. Foi um time desajustado e sem vigor para grandes jogos. Traduzindo: o perfil de um treinador inexperiente, mas com vontade de mostrar serviço. Felizmente, ou infelizmente, terá que mostrar esse serviço em outro clube.

Com essa demissão, já se tem uma média de 18 em 16 rodadas do campeonato brasileiro. E já se fala em Carlos Alberto Parreira para o Flamengo. Nada contra o Parreira, que FOI um grande técnico.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Carreira rompida?

A notícia do afastamento dos gramados do jovem Paulo Henrique Ganso deixou todos os que gostam do bom futebol cabisbaixo. Principalmente a torcida do Santos, que o verá afastado da Vila Belmiro por pelo menos seis meses. O craque torceu o joelho esquerdo na partida contra o Grêmio, pela rodada 16 do Campeonato Brasileiro, quando pisou de mau jeito no gramado. Ou melhor, tecnicamente ele rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.



E agora? Como se comportará o time santista com a ausência do seu mais importante jogador? Ganso era o responsável pela ligação meio campo-ataque e por ter a característica de pensar o jogo para seus companheiros.

E agora? Não veremos mais o jovem canhoto atuar esse ano. Uma perda irreparável para o futebol. Madson não suprirá sua ausência por completo. Se não fosse Keirrison e Neymar, o Santos estaria em uma situação ainda pior.

O que fato cabe a nós, apreciadores do bom futebol, é torcer pela recuperação dessa jovem promessa do futebol mundial. O cara ainda tem muito futebol pela frente, muita lenha pra queimar e muitos passes a dar. Sua carreira está longe de ser rompida, assim como o seu joelho.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Com Deco, ou sem Deco?

O clássico entre Fluminense e Vasco se aproxima e a dúvida fica a cada dia mais cruel. Afinal, Deco deve ou não começar jogando contra o Vasco? Deve-se lembrar que partidas assim são decididas nos detalhes e qualquer modificação tática pode ser fatal para o resultado do jogo. Mas essa tal modificação não seria algo normal, afinal estamos falando do craque português que tanto fez pelo futebol. Jogador que pode desestabilizar o andamento de uma partida. E Muricy quebrará a cabeça até o domingo, dia 22, às 18:30 no Maracanã. Ou melhor, até às 18 horas, que é o tempo máximo para divulgar as escalações.

Mas, além disso, outros detalhes devem ser enfatizados. Emerson não joga e com isso o Fluminense perde em velocidade, principalmente nos contra-ataques. Com Deco em campo, o jogo torna-se ainda mais lento, já que o português não está acostumado com o jogo rápido e ‘aceso’ no Brasil. No lugar do Sheik, Marquinho e Rodriguinho disputam a posição. Se Muricy optar pelo primeiro, o time ganha consistência no meio-campo, mas perde ofensivamente. Se colocar o segundo, ganha a velocidade de antes, mas sem a qualidade de sempre.

Ou coloca Deco e Rodriguinho. Ganha na velocidade e na técnica. Tudo isso depende do técnico tricolor. A dor de cabeça é benéfica, já que o treinador conta com várias opções no plantel, bem como a volta de Belletti e Carlinhos – como titulares ou reserva – e a possível inscrição do volante Valencia no BID.

Separei três formas de como o tricolor pode atuar contra o Vasco.

Primeira: Marquinho entra no lugar de Emerson e Leandro Euzébio se mantém na zaga. O esquema seria o 3-6-1, mais consistente no meio-campo e com menos opções ofensivas - os alas serão muito mais acionados e o Flu pode dar certo desse jeito também.



Segunda: Deco no lugar de L. Euzébio e Marquinho no lugar de Emerson. Seria um 4-5-1, com qualidade no meio campo, porém os alas não poderiam avançar tanto quanto no esquema anterior.



Terceira: Um esquema ousado, mas arriscado. Mudaria totalmente a forma de jogar do Fluminense, mas se der certo, seria muito bom. Deco e Rodriguinho deixariam o Fluminense mais técnico e veloz, mesmo com a ausência de Emerson.



Dessa terceira opção, coloquei o posicionamento dos jogadores nas jogadas de ataque. Lembrando que pode mudar, mas teoricamente seria dessa forma:

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